Notícias
- Detalhes
Por Franssinete Florenzano
Sócia Honorária do IHGP
O Solar Barão de Guajará, sede do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, amanheceu nesta segunda-feira, 23, sem energia elétrica. Durante a madrugada, meliantes cortaram a fiação elétrica e furtaram os fios de cobre. Em razão disso, a bela e histórica edificação está fechada à visitação. A presidente do IHGP, Anaíza Vergolino, já providenciou BO policial e pedido de providências à Equatorial Energia, enfatizando a necessidade de que os governantes, nos âmbitos municipal, estadual e federal, atuem firmemente no sentido de preservar essa joia da arquitetura e da história do Pará, bem como a importância do funcionamento da centenária entidade cultural.
Desde 1944 o Solar Barão de Guajará abriga o IHGP, que completou em 3 de maio 124 anos de existência. Localizado na Rua do Aveiro (antiga Tomázia Perdigão), nº 62, no bairro da Cidade Velha, erguido no início do século XIX em estilo neoclássico, é parte integrante do patrimônio histórico e arquitetônico de Belém, tombado em 1950 pelo Iphan. Ícone do apogeu econômico e social parauara, na belle époque, guarda tesouros culturais de valor incalculável.
No belo palacete Domingos Antônio Raiol, o Barão de Guajará, escreveu a obra “Motins Políticos”, texto seminal para todo e qualquer estudo sobre o período de 1820 a 1835 na então Província do Grão-Pará. Ali estão, nas vitrines e montras, um pouco de suas matrizes intelectuais, seus gostos e repertório analítico. Nos salões, a história da independência é contada através de imagens, textos e objetos originais, desde a invasão de Caiena em 1809 até os debates sobre duas datas das mais importantes no calendário cívico paraense – o 7 de setembro e o 15 de agosto. Entre proclamações escritas em francês e português para os habitantes de Caiena, efígies de governantes e dos imperadores, uma espada gravada com as insígnias de Pedro I, há o broche que os soldados usaram no furriel em 1823, jamais mostrado em exposição, mas que já traz gravada a sentença “Independência ou Morte”.
No roda-teto do salão azul, os nomes dos líderes dos motins de 14 de abril de 1823 e outros que militaram nas lutas da independência no Pará: Diogo Moia, Antônio Barreto, Domingos Marreiros, Romualdo de Seixas, José Pio, Jerônimo Pimentel, Manoel Evaristo, Soares Carneiro, Boaventura da Silva, João Balbi, Honório José dos Santos, Oliveira Belo e Felipe Patroni, o pioneiro da imprensa parauara que, há duzentos e dois anos, lançou o primeiro jornal do Pará, O Paraense.
Aristocrata e monarquista ferrenho que viu o seu pai ser morto pelos cabanos em Vigia, quando era criança, Domingos Antônio Raiol herdou o prédio ao casar-se com a sobrinha do Visconde de Arari. O Barão morreu no casarão em 1912, aos 82 anos de idade, e deixou uma biblioteca com títulos que remontam ao ano 1.700, inclusive documentos, cartas, mapas, pinturas e armas. Em 1942, o então prefeito de Belém, Abelardo Leão Conduru, adquiriu o Solar de um de seus herdeiros e com ele os móveis e a biblioteca. Um legado que o IHGP preserva para as gerações futuras. O prefeito Edmilson Rodrigues, que é membro do IHGP, destinou recursos de emenda parlamentar, quando deputado federal, para restauro parcial do Solar e fez a doação definitiva da propriedade ao Instituto, em seu atual mandato.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.
Publicado em:
https://uruatapera.com/ladroes-impedem-ihgp-de-funcionar/
_______________________________________________
Editor Chefe: Robson Lopes
- Acessos: 92
- Detalhes
Walbert Da Silva Monteiro
Sócio Efetivo - Cadeira N° 25
Patrono: José Coelho da Gama e Abreu
Presidente da Comissão de Folclore
A Comissão de Folclore do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, presidida pelo escritor Walbert Monteiro, titular da Cadeira nº 25 (patronímica do Barão de Marajó), acolhendo proposta da escritora, folclorista e artista plástica Nazaré de Mello, integrante da Comissão, aprovada à unanimidade pela Diretoria Executiva do IHGP, à frente a professora e mestre Anaíza Vergolino, prestou significativa homenagem a Pinduca (nome artístico do célebre Aurino Quirino Gonçalves), conhecido como o Rei do Carimbó.
Ontem, por ocasião do transcurso do Dia do Folclore, foi realizada uma sessão do IHGP nas dependências do Hangar – Centro de Convenções da Amazônia, onde se desenvolve a 27ª Feira Panamazônica do Livro e Multivozes, durante a qual foi outorgada a PINDUCA, além de um Diploma de Honra ao Mérito, a Medalha Barão de Marajó, comenda que o IHGP criou para distinguir personalidades e instituições que tenham contribuído decisivamente para o desenvolvimento cultural do Estado e da Amazônia. O evento, iniciado às 18h30, foi bastante prestigiado pelo quadro social do IHGP e convidados que compareceram para testemunhar o significativo momento de retomada das atividades da Comissão de Folclore, sendo PINDUCA, como destacou a Presidente Anaíza Vergolino em seu pronunciamento, o primeiro homenageado com a outorga da Medalha Barão de Marajó que, até aqui, havia condecorado apenas alguns membros do Instituto.
A Mesa Oficial foi presidida por Anaíza Vergolino e integrada pelos componentes da Comissão: Walbert Monteiro (Presidente), Sidiana Ferreira de Macedo, Maria de Nazaré Mello Uchôa e a 2ª Secretária do IHGP Helena Dóris, funcionando como Mestre de Cerimônias, o confrade Elson Monteiro, que preside a Comissão Especial de Defesa do Patrimônio Histórico.
Após a fala de abertura pela Presidente Anaíza Vergolino, Walbert Monteiro, como Presidente da Comissão, fez um breve discurso ressaltando a importância do folclore e da representatividade exponencial do homenageado Pinduca que, na fala seguinte, realizada pela autora da proposta de homenagem Maria de Nazaré de Melo Uchôa, foi apresentado ao público com um relato de sua empolgante trajetória.
Concluída a entrega do diploma e da Medalha Barão de Marajó, a escritora Sidiana Macedo teceu, e, rápida dissertação, uma análise interessante sobre a música “Menina do tacacá”, relacionando-a a um dos itens da folclórica culinária paraense, ela que é especialista em gastronomia. Na sequência, como convidado especial, o confrade Salomão Habib, da Academia Paraense de Letras e violonista de renome internacional, também homenageou Pinduca com uma versão sua, para violão, da música “Sinhá Pureza”, em uma leitura de como ela seria tocada em diversos países.
Pinduca, visivelmente emocionado, agradeceu a homenagem, fazendo um ligeiro retrospecto de sua carreira de sucesso e do significado de receber medalha do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, instituição pela qual, desde a juventude, sempre nutriu admiração e respeito,
Ao final, foi servido um pequeno lanche aos presentes.
A seguir a íntegra do pronunciamento feito pelo presidente da Comissão de Folclore do IHGP:
“Senhoras e senhores:
“A importância do estudo do folclore, ao longo da existência humana, é de tal envergadura, que instituições do porte do nosso Instituto Histórico e Geográfico do Pará mantém, entre suas Comissões Permanentes e estatutária, a que se debruça sobre esse ramo do conhecimento, da qual honra-me ser seu Presidente.
“Em uma definição simplista, sem os rigores impostos pelos critérios científicos, considero o folclore, adotando a generalidade do seu conceito, o conjunto de mitos, crenças, narrativas populares, lendas, músicas, danças, tradições e costumes que as gerações vão transmitindo sucessivamente e as incorporam à cultura popular. Ao conhecer e estudar o folclore, podemos compreender e interpretar o comportamento e a evolução de determinadas comunidades sociais.
“Não vamos, nesta data em que convencionamos celebrar o folclore, evidenciar os grandes nomes que, no Pará, o dignificaram, quer efetuando os registros de seus diferentes momentos, quer protagonizando a sua própria criação. Eles são muitos e, como devemos ser breves neste pronunciamento, não queremos correr o risco de injustas e imperdoáveis omissões. E, até porque escolhemos o dia 22 de agosto e a realização desta 27ª Feira Panamazônica do Livro e Multivozes, para prestar uma merecida homenagem a quem já se tornou lenda e legenda, um autêntico mito no que há de melhor nas expressões folclóricas do Pará, na música e na dança, celebrizando, no Brasil e no exterior, os nossos ritmos e cantares. Nosso querido Aurino Quirino Gonçalves, que o mundo conhece, artística e carinhosamente, como PINDUCA, é celebrizado como o “Rei do Carimbó”.
“Desconheço o que o levou a adotar tal pseudônimo ou nome artístico. Mas, se consultarmos os dicionários vamos encontrar sinônimos que bem traduzem a sua simpatia como pessoa despreocupada, querida, fofa. É o que testemunhamos em sua vitoriosa carreira e reconhecimento público e oficial, como já acontece neste evento do Governo do Estado e na singela reverência que lhe faz a Comissão de Folclore do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, aprovando à unanimidade feliz iniciativa da confreira Nazaré de Mello. Somos privilegiados por contemplar e aplaudir seu sucesso! Parabéns, Pinduca!”
Editor: Robson Lopes.
Créditos fotográficos: Mel Habib.
- Acessos: 138
- Detalhes
Hoje, dia 22/08, Dia do Folclore, a estatutária Comissão de Folclore, órgão deste Instituto, composta pelos (as) sócios (as) WALBERT MONTEIRO, CELIO SIMÕES DE SOUZA, MARIA DE NAZARE MELLO E SILVA UCHOA e SIDIANA FERREIRA DE MACEDO, para marcar essa data especial, prestará homenagem ao Sr. AURINO PINDUCA QUIRINO GONÇALVES, o renomado por sua obra, como Mestre da Cultura Popular Folclórica deste Estado, com a outorga da Medalha Condecorativa Barão de Marajó. A homenagem acontecerá no HANGAR - Centro de Convenções de Belém, no contexto da XXVII FEIRA DO LIVRO, com o apoio da Secretaria de Estado de Cultura- SECULT-PA, evento agendado para às 18h, na sala 11, 2° andar. Participe!
- Acessos: 83