PINDUCA entre sócios do IHGP: Antônio José de Mattos, Sidiana Macêdo, Walbert Monteiro [pres. da Comissão de Folclore-IHGP], Anaíza Vergolino [presidente do IHGP], Maria de Nazaré Uchôa, Elson Monteiro, Sebastião Godinho, Helena Doris Barbosa, José Maria Abreu Jr., e Maria de Nazaré Sarges.

Walbert Da Silva Monteiro

Sócio Efetivo - Cadeira N° 25

Patrono:  José Coelho da Gama e Abreu

Presidente da Comissão de Folclore

 

 

A Comissão de Folclore do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, presidida pelo escritor Walbert Monteiro, titular da Cadeira nº 25 (patronímica do Barão de Marajó), acolhendo proposta da escritora, folclorista e artista plástica Nazaré de Mello, integrante da Comissão, aprovada à unanimidade pela Diretoria Executiva do IHGP, à frente a professora e mestre Anaíza Vergolino, prestou significativa homenagem a Pinduca (nome artístico do célebre Aurino Quirino Gonçalves), conhecido como o Rei do Carimbó.

Ontem, por ocasião do transcurso do Dia do Folclore, foi realizada uma sessão do IHGP nas dependências do Hangar – Centro de Convenções da Amazônia, onde se desenvolve a 27ª Feira Panamazônica do Livro e Multivozes, durante a qual foi outorgada a PINDUCA, além de um Diploma de Honra ao Mérito, a Medalha Barão de Marajó, comenda que o IHGP criou para distinguir personalidades e instituições que tenham contribuído decisivamente para o desenvolvimento cultural do Estado e da Amazônia. O evento, iniciado às 18h30, foi bastante prestigiado pelo quadro social do IHGP e convidados que compareceram para testemunhar o significativo momento de retomada das atividades da Comissão de Folclore, sendo PINDUCA, como destacou a Presidente Anaíza Vergolino em seu pronunciamento, o primeiro homenageado com a outorga da Medalha Barão de Marajó que, até aqui, havia condecorado apenas alguns membros do Instituto.

A Mesa Oficial foi presidida por Anaíza Vergolino e integrada pelos componentes da Comissão: Walbert Monteiro (Presidente), Sidiana Ferreira de Macedo, Maria de Nazaré Mello Uchôa e a 2ª Secretária do IHGP Helena Dóris, funcionando como Mestre de Cerimônias, o confrade Elson Monteiro, que preside a Comissão Especial de Defesa do Patrimônio Histórico.

Pinduca e a presidente do IHGP, Anaíza Vergolino e Silva

Após a fala de abertura pela Presidente Anaíza Vergolino, Walbert Monteiro, como Presidente da Comissão, fez um breve discurso ressaltando a importância do folclore e da representatividade exponencial do homenageado Pinduca que, na fala seguinte, realizada pela autora da proposta de homenagem Maria de Nazaré de Melo Uchôa, foi apresentado ao público com um relato de sua empolgante trajetória.

Walbert Monteiro, Pinduca e Salomão Habib
Walbert Monteiro, Pinduca e Salomão Habib

Concluída a entrega do diploma e da Medalha Barão de Marajó, a escritora Sidiana Macedo teceu, e, rápida dissertação, uma análise interessante sobre a música “Menina do tacacá”, relacionando-a a um dos itens da folclórica culinária paraense, ela que é especialista em gastronomia. Na sequência, como convidado especial, o confrade Salomão Habib, da Academia Paraense de Letras e violonista de renome internacional, também homenageou Pinduca com uma versão sua, para violão, da música “Sinhá Pureza”, em uma leitura de como ela seria tocada em diversos países.

Pinduca, visivelmente emocionado, agradeceu a homenagem, fazendo um ligeiro retrospecto de sua carreira de sucesso e do significado de receber medalha do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, instituição pela qual, desde a juventude, sempre nutriu admiração e respeito,

Ao final, foi servido um pequeno lanche aos presentes.

 

A seguir a íntegra do pronunciamento feito pelo presidente da Comissão de Folclore do IHGP:

“Senhoras e senhores:

“A importância do estudo do folclore, ao longo da existência humana, é de tal envergadura, que instituições do porte do nosso Instituto Histórico e Geográfico do Pará mantém, entre suas Comissões Permanentes e estatutária, a que se debruça sobre esse ramo do conhecimento, da qual honra-me ser seu Presidente.

“Em uma definição simplista, sem os rigores impostos pelos critérios científicos, considero o folclore, adotando a generalidade do seu conceito, o conjunto de mitos, crenças, narrativas populares, lendas, músicas, danças, tradições e costumes que as gerações vão transmitindo sucessivamente e as incorporam à cultura popular. Ao conhecer e estudar o folclore, podemos compreender e interpretar o comportamento e a evolução de determinadas comunidades sociais.

“Não vamos, nesta data em que convencionamos celebrar o folclore, evidenciar os grandes nomes que, no Pará, o dignificaram, quer efetuando os registros de seus diferentes momentos, quer protagonizando a sua própria criação. Eles são muitos e, como devemos ser breves neste pronunciamento, não queremos correr o risco de injustas e imperdoáveis omissões. E, até porque escolhemos o dia 22 de agosto e a realização desta 27ª Feira Panamazônica do Livro e Multivozes, para prestar uma merecida homenagem a quem já se tornou lenda e legenda, um autêntico mito no que há de melhor nas expressões folclóricas do Pará, na música e na dança, celebrizando, no Brasil e no exterior, os nossos ritmos e cantares. Nosso querido Aurino Quirino Gonçalves, que o mundo conhece, artística e carinhosamente, como PINDUCA, é celebrizado como o “Rei do Carimbó”.

“Desconheço o que o levou a adotar tal pseudônimo ou nome artístico. Mas, se consultarmos os dicionários vamos encontrar sinônimos que bem traduzem a sua simpatia como pessoa despreocupada, querida, fofa. É o que testemunhamos em sua vitoriosa carreira e reconhecimento público e oficial, como já acontece neste evento do Governo do Estado e na singela reverência que lhe faz a Comissão de Folclore do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, aprovando à unanimidade feliz iniciativa da confreira Nazaré de Mello. Somos privilegiados por contemplar e aplaudir seu sucesso! Parabéns, Pinduca!”

 

 

Editor: Robson Lopes.
Créditos fotográficos: Mel Habib.