Os administradores da Companhia Geral do Grão-Pará e Maranhão: negócios, conflitos e privilégios (1755-1777)
DOI:
https://doi.org/10.17648/ihgp.v10i1.58Resumo
A Companhia Geral do Grão-Pará e Maranhão foi criada em 1755. Porém, desde o seu início, a companhia monopolista sofrerá críticas e resistências a partir de suas propostas de exclusivismos e privilégios comerciais apresentados durante o seu funcionamento. Tais concessões ocasionavam conflitos surgidos a partir dos choques de jurisdição entre a companhia monopolista e a hierarquia administrativa dos órgãos da Coroa. As prerrogativas da Companhia eram apresentadas e colocadas em prática nas cidades de Belém e São Luís por funcionários, denominados administradores, designados pela Junta que gerenciava os negócios da Companhia em Lisboa. A escolha dos homens que atuariam nesse cargo e suas atitudes foi tema de debates e trocas de informação entre Sebastião José de Carvalho e Melo, secretário do rei D. José I, e seu irmão, Francisco Xavier de Mendonça Furtado, então governador do Estado do Grão-Pará e Maranhão, estendendo-se durante os anos de funcionamento da Companhia. Percebe-se assim a troca de favores e as redes de influência e sociabilidade estabelecidas, tanto na colônia como no Reino, para a escolha dos indivíduos que ocupariam essa função, sendo estes acusados com o passar dos anos de favorecimentos ilícitos, a partir dos vários negócios da Companhia.