UM CAPITÃO DE TUMBEIROS NA AMAZÔNIA SETECENTISTA: TRÁFICO NEGREIRO E SEUS AGENTES
Palavras-chave:
Manoel da Silva Tomás., Companhia de Comércio do Grão-Pará e Maranhão, Tráfico de escravos, Comércio livre, Homens de negócioResumo
A presente comunicação tem por objetivo analisar a participação e trajetória do capitão de embarcações Manoel da Silva Tomás e sua relação com o comércio de escravizados às praças da área setentrional da colônia. Destacar-se-ão como elementos principais deste artigo as carregações de produções e de escravos do mestre/capitão, durante o período de atividade exclusivista da Companhia de Comércio do Grão-Pará e Maranhão, não obstante o fato deste ter ainda permanecido nas funções de mar e terra, após o fim do monopólio da Companhia Geral, tendo atendido aos “homens de negócio” no “comércio livre” das praças envolvidas. Através do diálogo com este sujeito, será possível compreender as transformações no trato de escravizados, quem foram os partícipes deste “novo negócio”, bem como a ligação do tráfico de africanos com gêneros exportáveis durante a segunda metade do século XVIII. A metodologia utilizada baseia-se principalmente na análise de documentos político-administrativos enviados ou recebidos de Lisboa, durante o ministério pombalino e após o término do monopólio, o que não significou o fim das atividades da empresa no Norte. O resultado é uma teia de relações que, ao mesmo tempo que estabeleceram novas modalidades de comércio de escravizados, também favoreceram uma reorganização no comércio local com uma maior participação de indivíduos estabelecidos no Grão-Pará e no Maranhão.