A parte e o todo

como a independência no Pará ajuda a entender o processo em todo o Brasil

Autores

  • André Roberto de Arruda Machado UNIFESP

Palavras-chave:

Independência, Grão-Pará, Cronologia, guerras, Historiografia

Resumo

Este artigo não pretende analisar os acontecimentos da independência no Pará de forma isolada, como se a província estivesse em uma ilha. Também não se pretende descrever uma parte do quebra-cabeças cuja somatória é a história nacional. De modo diferente, pretende-se responder a seguinte pergunta: como a independência no Pará ajuda a entender o processo em todo o Brasil? Para isso, destacamos quatro eixos: 1) A importância das diferentes cronologias; 2) O papel das guerras; 3) As conexões entre as províncias; 4) Os múltiplos significados da independência

Referências

ALBUQUERQUE, Vinícius de. Ceará: 1824. A Confederação das Províncias Unidas do Equador contra o Império do Brasil. São Paulo: USP, 2006. Dissertação de Mestrado.

ANDERSON, Benedict. Nação e consciência nacional. São Paulo: Ática, 1989.

BERBEL, Márcia Regina. A nação como artefato: os deputados do Brasil nas Cortes Portuguesas de 1821-22. São Paulo: Hucitec, 1999.

BERNARDES, Denis. Pernambuco e o Império (1822-24): sem constituição soberana não há união. In: JANCSÓ, István (org.). Brasil: formação do Estado e da nação. São Paulo: Hucitec, 2003.

BEZERRA NETO, José Maia. Escravidão negra no Grão-Pará. Séculos XVII-XVIII. Belém: Paka-Tatu, 2001.

BRAUDEL, Fernand. Civilização Material, Economia e Capitalismo. Séculos XV-XVIII. Volume 3: O Tempo do Mundo. São Paulo: Martins Fontes, 1996.

COELHO, Geraldo. Anarquistas, Demagogos e Dissidentes. A imprensa liberal no Pará de 1822. Belém: CEJUP, 1993

COSTA, João Paulo Peixoto. Na Lei e na Guerra: políticas indígenas e indigenistas no Ceará (1789-1845). Tese de Doutorado, UNICAMP, 2016.

DANTAS, Mariana. Dimensões da participação política indígena na formação do Estado Nacional brasileiro: revoltas em Pernambuco e Alagoas (1817-1848). Tese de Doutorado, UFF, 2015.

DOMINGUES, Ângela. Quando os índios eram vassalos: colonização e relações de poder no norte do Brasil na segunda metade do século XVIII. Lisboa: Comissão Nacional para as comemorações dos descobrimentos portugueses, 2000.

GALVES, Marcelo Cheche. Os "republicanos do Maranhão: independência, confederação do Equador e a construção do Estado Imperial. In: GALVES, Marcelo Cheche; COSTA, Yuri (Org.). O Maranhão oitocentista. São Luis: Editora UEMA, 2009.

JANCSÓ, István; PIMENTA, João Paulo G. Peças de um mosaico (ou apontamentos para o estudo da emergência da identidade nacional brasileira). In: MOTA, Carlos Guilherme. (Org.) Viagem Incompleta: a experiência brasileira (1500-2000). Formação: Histórias. São Paulo: Editora Senac, 2000.

KRAAY, Hendrik. A Invenção do Sete de Setembro, 1822-1831. Almanack Braziliense. São Paulo, n. 11, p. 52-61, maio 2010.

KRAAY, Hendrik. “Em outra coisa não falavam os pardos, cabras e crioulos”: o “recrutamento” de escravos na guerra de independência da Bahia. Revista Brasileira de História. São Paulo, v. 22, n. 43, 2002.

KRAAY, Hendrik. Política Racial, Estado e Forças Armadas na época da independência na Bahia, 1790-1850. São Paulo: Hucitec, 2011.

LAVILLE, Christian. A guerra das narrativas: debates e ilusões em torno do ensino de História. Revista Brasileira de História. São Paulo, 19 (38), p. 125-138, 1999.

MACHADO, André Roberto de Arruda. A quebra da mola real das sociedades: a crise política do Antigo Regime Português na província do Grão-Pará (1821-25). São Paulo: Hucitec, 2010.

MACHADO, André Roberto de A. As Esquadras Imaginárias. No extremo-norte, episódios do longo processo de independência do Brasil. In: István Jancsó (Org.). Independência: História e Historiografia. 1ed.São Paulo: Hucitec / FAPESP, 2005.

MACHADO, André Roberto de A. Entre o nacional e o regional: uma reflexão sobre a importância dos recortes espaciais na pesquisa e no ensino da História. ANOS 90 (ONLINE), Porto Alegre, v. 24, p. 293-319, 2017.

MELLO, Evaldo Cabral de. A outra Independência: o federalismo pernambucano de 1817 a 1824. São Paulo: Editora 34, 2004.

MOREL, Marco. A Revolução do Haiti e o Brasil Escravista: O que não deve ser dito. Jundiaí: Paco, 2017.

MUNIZ, João de Palma. Adesão do Grão-Pará à Independência. Belém: Conselho Estadual de Cultura, 1973.

MUNIZ, João de Palma. Grenfell na História do Pará (1823-24). Annaes da Biblioteca e Archivo Público do Pará. Tomo 10, Belém: Oficinas Graphicas do Instituto Lauro Sodré, 1926.

OLIVEIRA, Cecília Helena L. de Salles. A Astúcia Liberal: relações de mercado e projetos políticos no Rio de Janeiro (1820-24). Bragança Paulista: EDUSF, 1999.

RAIOL, Domingos Antonio. Motins Políticos ou História dos Principais Acontecimentos Políticos da Província do Pará desde o ano de 1821 até 1835. Belém: UFPA, 1970. 3 volumes.

REIS, João José. O Jogo Duro do Dois de Julho: o “Partido Negro” na independência da Bahia. In: REIS, João José; SILVA, Eduardo. Negociação e Conflito: a resistência negra no Brasil escravista. São Paulo: Cia das Letras, 1989.

RODRIGUES, José Honório. A Assembleia Constituinte de 1823. Petrópolis: Vozes, 1974.

SAMPAIO, Patrícia Maria de Melo. Espelhos Partidos: etnia, legislação e desigualdade na colônia. Manaus: EDUA, 2012.

SEIXAS, Romualdo. Memórias do Marquês de Santa Cruz. Rio de Janeiro: Tipografia Nacional, 1861.

SILVA, Luiz Geraldo. Negros patriotas. Raça e identidade social na formação do Estado Nação (Pernambuco, 1770-1830). In: JANCSÓ, István (Org.) Brasil: Formação do Estado e da Nação. São Paulo: Hucitec, 2003, p. 497-520.

SILVEIRA, Rosa Maria. Região e História: Questão de Método. In: SILVA, Marcos A. (Org.) República em migalhas: história regional e local. São Paulo: Marco Zero, 1990.

SOUZA FILHO, Argemiro. Confrontos políticos e redes de sociabilidade, Bahia 1821-1823. Tese de Doutorado em História Social, USP: 2011.

VARNHAGEN, Francisco. História da Independência do Brasil até o reconhecimento pela Antiga metrópole, compreendendo, separadamente, a dos sucessos ocorridos em algumas províncias até essa data. São Paulo: Melhoramentos, 1957.

VIEIRA, Martha. O movimento separatista do norte goiano (1821-23): desconstruindo o discurso fundador da formação territorial do Tocantins. Revista Sapiência. UEG, vol. 3, n. 01, p. 63-84, 2014.

WISIAK, Thomas. A Nação Partida ao Meio: Tendências políticas na Bahia na Crise do Império Luso-Brasileiro. São Paulo: USP, 2001. Dissertação de Mestrado

Downloads

Publicado

2025-04-12