MUSEOLOGIA E ACERVOS PARTICULARES: O CASO DAS FAMÍLIAS DA CHACINA DE BELÉM
Resumo
O presente texto visa investigar como famílias que perderam seus filhos lidam com os objetos que pertenciam a
esses entes queridos. Sabendo que muitas dessas famílias optam por guardar, ou por manter expostos tais
objetos, a pesquisa se interessa pelas representações e sentidos a eles atribuídos, bem como pelas motivações,
sentimentos e intuitos por trás do ato de transformá-los em objetos expositivos, dispostos em quartos e outros
cômodos da casa, ou do ato de salvaguardá-los em armários e gavetas, como acervos de acesso restrito aos
parentes. Interessa-se, por conseguinte, pelo movimento contínuo de seleção, manutenção, manuseio e
ressignificações desses objetos, numa perspectiva de musealização particular que tangencia enlutamento,
privacidade e intimidade.